A História em migalhas: dos Annales à nova história

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Descrição

Autor: François Dosse

Ano de Publicação: 1992

Editora: Unicamp

Em lugar da continuidade da evolução histórica, os historiadores atuais se interessam pelas descontinuidades entre séries parciais de fragmentos de histórias. À universalidade do discursos histórico, opõem a multiplicação de objetos em singularidade, objetos esses oriundos da exclusão na qual o poder os mantinha; o louco, a criança, o corpo, o sexo vão à desforra contra o mundo da razão que os havia dissimulado. Essa rejeição do racional é paradoxalmente reivindicada no mesmo momento em que o discurso do historiador se afirma mais científico. A fetichização do quantitativo aparece como aquilo que encobre algo e que leva ao empirismo. A desconstrução do real que hoje se opera, parece fundamentalmente ligada ao período atual: o das ilusões perdidas. No momento em que o vento da história soprava para construir uma sociedade nova, ou seja, no século XVIII e na metade do século XIX, os pensadores buscavam o sentido do futuro humano e inscreviam o presente na lógica racional. De Kant a Marx, sem esquecer Hegel, temos a compreensão dos fundamentos das batalhas em curso pela liberdade. Ao contrário, quando as resistências às mudanças triunfam, no momento em que as esperanças são frustradas, em que a desilusão se enraíza, assiste-se à recusa da racionalização global do real. Já que o real não realiza as esperanças, ele não pode ser racional. A história perde, então, todo o sentido, fragmenta-se em múltiplos segmentos.

Código: 787