Fronteiras da palavra, fronteiras da história: contribuição à crítica da cultura do ensaísmo latino-americano através da leitura de Euclides da Cunha e Octavio Paz

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Descrição

Autor: Ana Maria Roland

Ano de Publicação: 1997

Editora: UnB

ISBN: 85-230-0493-9

 

(…)”Textos fundadores”, os de Euclydes e Paz representam, na organização estrutural que Ana Maria Roland lhes dá , o papel de marco essencial no edifício de duas culturas latino-americanas: a brasileira e a do México. Ou o papel de livro fundamental da nação, como se diz Ana Roland, seguindo a afirmação de uma listagem ampla – que inclui naturalmente a Divina comédia, de onde sopra muito dos bafios infernais sobre o texto euclidiano. Poesia, épica, aventura, formação nacional – são traços comuns aos livros da lista, todos filhos de cabeças complexas ou de colheita mística, popular ou da tradição. Em todos, as evidências de que a formação de textos provém da fortuita e rara combinação de talentos plurais sempre vigorosos. (…) a submersão do valor autoral no valor coletivo da cultura das gentes é uma questão que teóricos literários e críticos da cultura investigam e analisam; e desse percurso dá-nos conta este Fronteiras da palavra, fronteiras da história. A partir, então, de Euclydes e Paz, a autora percorre os diversos ângulos de onde se avista este entre lugar onde se vão entroncando e entrelaçando o literário, o discurso histórico, a análise social e cultural, do registro ao poético. É trabalho de fôlego e de notável amplitude. Livro de muitos livros, pensar de muitos pensares. Para sua realização era necessária uma sensibilidade multiface e aberta para o literário, a história, a antropologia e os estudos sociais. Nessa clave de encruzilhada sensível, assim como na de entroncamento cultural, enquadra-se, com agilidade e agudeza o texto de Ana Roland. Leitura fundamental para melhor compreendermos o que talvez não tenhamos visto ainda com maior dedicação, este encontro de culturas de nuestra América, tão freqüentemente assolada pela incompreensão de si mesma. Euclydes e Paz, de Os sertões ao El laberinto de la soledad, ou algo mais complexo como da cultura brasileira à cultura mexicana, ou mais ainda, de uma cultura do português a uma cultura do espanhol (língua e povos, estruturas de pensamento e de sensibilidade), assim, de ângulo a ângulo, em relação sempre mais ampla se deseja e se concretiza o presente texto. (…) O literário e o poético perpassam tudo.

 

Código: 760